25 de março de 2007

DEPOIS DE ALGUM TEMPO

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.E começas a aprender que beijos não são contratos, e presentes não são promessas.E não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-te de vez em quando e precisas perdoa-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida (...) descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida, são te tiradas muito depressa; por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; Pode ser a última vez que as vemos (...) aprendes que paciência requer muita prática. (...)Aprendes que quando estas com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não dá o direito de seres cruel. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu serás em algum momento, condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes. E, finalmente, aprendes que o tempo, não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta teu jardim e decora tua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E percebes que realmente podes suportar... Que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida! (...) e só nos faz perder o bem que poderíamos conquistar, o medo de tentar!"

William Shakespeare

A VIDA É O COMBOIO QUE PASSA


A vida é o comboio que passa
Os sonhos são vagões
O amor é o maquinista
Somos nós, a estação!
Adquire o teu bilhete, faz a tua escolha
O comboio vai seguindo continuadamente
Em cada vagão, o desejo da tua mente...há também tristezas, desilusões
Com a passagem na mão, escolhe!
A viagem, longa se não sabemos
A bagagem é cada dia vivenciada
Mudar o rumo, podemos
Sem mesmo saber de nada.
A estação nunca pode estar vazia

Será sempre um passeio viver
Se sentares na janela, aprecia
Tudo é passagem, algo pode reter
Cada dia que passa é contagem regressiva
Viaja como se cada instante fosse único
Cada olhar como se fosse o último
Respira fundo, o caminho é longo
Encontrarás adversidades...tristezas...saudades...abismos...retas.
Curvas inúmeras serão as vezes que não veremos o que há além da curva
Mas o percurso seguirá sonhando
A vida é uma viagem
Somos mutantes
Somos passageiros
Somos nuvens
Somos fumaça
Por não saber decifrar o mapa da vida
Algumas vezes perderemo-nos no trajeto
Mas, para quem sonha, nada é impossível nunca se perde, sempre se encontra
Escuta, ouve, é o apito de mais uma partida
Poderás estar partindo para novos lugaressem roteiros sem destino sem poente ou nascente
A direção é para a felicidade
Conduzirás e serás conduzido
O maquinista sempre atento na história, na vida
De tudo que viveres, uma coisa é certa:
Não te canses da viagem, prossegue
Luta, grita, implora
Mas não desistas...se te cansares, acena, sorri
O maquinista não te deixará
Não hesites, não temas
Onde parar, um coração certamente o acalentará
A viagem prossegue...e sabendo onde queres ir
Vai seguro, tu consegues
Sabendo sempre que vais valente...
A tua viagem será eternamente...no vagão de primeira classe.

24 de março de 2007

Mecano - Me Cuesta Tanto Olvidarte


entre el cielo y el suelo hay algo
con tendencia a quedarse calvo
de tanto recordar
y ese algo que soy yo mismo
es un cuadro de bifrontismo
que solo da una faz
la vara vista es un anuncio de signal
la cara oculta es la resulta
de mi idea genial de echarte
me cuesta tanto olvidarte
me cuesta tanto olvidarte
me cuesta tanto
olvidar quince mil encantos es
mucha sensatez
y no se si sere sensato
lo que se es que me cuesta un rato
hacer las cosas sin querer
y aunque fui yo quien decidio
que ya no mas
y no me canse de jurarte
que no habra segunda parte
me cuesta tanto olvidarte
me cuesta tanto olvidarte
me cuesta tanto...

ALMA.....

Alma... Ingénua. Digo sempre o que me vem á cabeça e engano-me todos os dias.
Envergonho-me quando me olham fixamente , e quando não sei o que dizer.
Não consigo distinguir a direita da esquerda, e nunca por nunca, vejo bem as horas
nos relógios de ponteiros.

18 de março de 2007

FOSTE...ÉS

Foste árvore forte e frutescentede
facílimo alcance sempre envolvente
Foste o empolgante conto que decorei
O livro que sublinhei
Foste criança travessa
E alegria
E amor
E o dilecto amigo
sempre no auge do abraço e do favor
Sonho-te hoje
Naquela vela branca fugidia do olhar
Diviso o teu sorriso
(lá no horizonte unido ao céu)afável ornado de mar
És-nos longe
Não ausente
Porque na tua esteira
paira sempre uma gaivota
calma serena
tranquila e silente.

EL CLUB DE LOS HUMILDES

La llama de la libertad
se ha convertido en soledad

y los agobios que me daba el convivir
se han transformado en un silencio de aburrir

Es la conclusión que no se está mejor
ya te necesito al rededor

Para que vuelvas a endulzar
mi mala leche con tu paz

y desde el club de los humildes
rescatar aquellos besos que he tirado sin amar

Es la conclusión
que no se está mejor
ya te necesito al rededor

y si me vuelven a asaltar
las ganas de petardear

Dame dos hostias
y hazme ver

que estar aquí es un milagro
que se puede compartir

Es la conclusión
que no se está mejor


  • MECANO

11 de março de 2007

Pó e muita Adrenalina
















Campeonato nacional de Motocross
2007 em Águeda

10 de março de 2007

PARA OUVIR... O som das Palavras

Eles são.
E eu também quis ser. Não quis mesmo outra coisa; eis a última palavra sobre este ciclo de vida: no fundo de todas aquelas tentativas que pareciam desligadas encontro sempre o mesmo desejo: expulsar a existência para fora de mim, esvaziar os instantes, torçê-los, secá-los, purificar-me, para produzir, enfim, o som nítido e preciso de uma nota de saxofone. Teria aqui, matéria para um apólogo: era uma vez uma pobre que se tinha enganado de mundo. Existia, como as outras pessoas, no mundo dos jardins públicos, dos cafés, das cidades comerciais, e queria persuadir-se de que vivia noutro sítio, por trás da tela dos quadros, com os doges de Tintoreto, com os bons florentinos de Gozzoli, por trás das páginas dos livros, por trás dos discos de gramofone, com as longas queixas secas dos conjuntos de jazz. E um dia, depois de ter feito muito tempo de imbecil, percebeu, abriu os olhos, que as cartas estavam mal dadas: estava precisamente no café, diante de um copo de cerveja morna. E nesse momento preciso do outro lado da existência, nesse outro mundo que se pode ver de longe, mas sem nunca lá chegarmos, uma melodia pôs-se a cantar e dançar: "É como eu que se deve ser; é preciso sofrer a compasso."
A voz canta:
Some of these days
you'll miss me
Devem ter riscado o disco neste sítio, porque se está a ouvir um barulho esquisito. E há qualquer coisa que aperta o coração: é que a melodia não é afectada, nem ao de leve, por este pequeno tossicar da agulha sobre o disco. A melodia está lá tão longe - lá tão atrás! Também isso eu compreendo: vou tomar o comboio. Mas por trás do existente a melodia permanece a mesma, firme, como uma testemunha sem piedade.
A voz calou-se. Ouve-se arranhar um momento, depois o disco pára. Libertada dum sonho importuno, o café rumina, remasca o prazer de existir. Eu, estou quase a adormecer.
Dentro de um quarto de hora estarei no comboio, mas não penso nisso. Penso no português escanhoado, que sofoca de calor no frio, no andar de uma casa, e o céu arde, inflama-se o azul do céu, enormes chamas amarelas vêm lamber os tectos; o português suspira e escorre-lhe o suor pelas faces. Está sentado em mangas de camisa, diante do piano; tem gosto de chiclet na boca, e, vagamente, um fantasma de vento na cabeça."Some of these days" afundar-se -ão ambos nas poltronas de couro, e o fogo do céu irá flamejar-lhes nas gargantas de toda a água que beberam, e sentiram o peso de um imenso sono tórrido. Mas é preciso primeiro registar as notas desta música, a mão húmida agarra o lápis que estava em cima do piano "Some of these days you'll miss me". Foi assim que a coisa se passou. Assim ou de outra maneira, pouco importa. Foi assim que esta música nasceu.Foi o corpo pouco gasto do português que ela escolheu para nascer. Ele segurava no lápis, caiam gotas de suor no papel. E porque não eu? " "Maria" não se importa de pôr o disco outra vez? Só mais uma vez antes de ir embora". Dá à manivela e a música recomeça. Mas já não penso em mim. Penso no fulano de lá longe que a compôs, num dia de Jullo, no calor negro da praia. Tento pensar nele através da melodia, dos sons brancos e acidulados do saxofone. Foi ele que fez isto. Tinha aborrecimentos, nem tudo corria, para ele, como devia correr. Mas ouço a canção, acho o seu sofrimento e a sua transpiração... Ele teve sorte. Aliás nem deve ter dado por isso, mas trabalhou o pormenor de tudo. Sim, senhor!, é a primeira vez, de há uns anos para cá, que um homem me parece comovente. Gostava de saber, sobre ele e de poder pensar nele, de vez em quando, a ouvir este disco. No lugar dele eu sentir-me -ia feliz; invejo-o. Tenho de me ir embora. Levanto-me mas fico um momento hesitante; gostava de ouvir a negra cantar. Pela última vez. Ela canta. Eis que os dois estão salvos. Julgaram-se talvez perdidos de todo, afogados na existência. E, todavia, ninguém podia pensar em mim, como eu penso nele, com esta doçura. Sinto qualquer coisa que tìmidamente roça por mim, e não ouso mexer-me, porque tenho medo de a afugentar. Qualquer coisa de que já não me lembrava: uma espécie de alegria.
A negra canta. Pode-se então justificar a nossa existência? Um pouco, muito pouco? Sinto-me extraordináriamente intimidada. Mas sou como uma pessoa completamente gelada, depois de uma viagem na neve, que entrasse de chofre num quarto morno, ficaria imóvel ao pé da porta, ainda fria e que lentos arrepios me percorreriam o corpo. Some of these days you'll miss me.
Vou-me embora... e a negra continua.....chegou o comboio, tenho de subir.
Talvez um dia, num lugar, a uma hora, num momento.

4 de março de 2007

FOLHAS COM DATAS

Nada de novo.
Sorrio de ver tudo vazio.
Agora já não penso por ninguém; nem sequer me ocupo a procurar palavras. Mais ou menos depressa, uma corrente flui dentro de mim, mas não retenho nada, deixo andar. A maior parte das vezes como não se prendem palavras, os meus pensamentos ficam em estado de nevoeiro. Desenham formas vagas e engraçadas, depois imergem e esqueço-me logo deles.
Que execrável testemunha se seria nestes casos?! Mas não se perde nada, em compensação, de quanto é inverosímil, de tudo enquanto , nos cafés, não se poderia acreditar. Por exemplo, sábado à tarde, eram umas quatro horas, pelas tábuas que servem de passeio, uma mulherzinha corria às recuadas, a rir, dizendo adeus com um lenço. Nada disto é muito original; nunca recusei estas emoções inofensivas; pelo contrário. Para as sentir basta ficarmos sózinhos um momento, só o preciso para nos desembaraçarmos, na altura oportuna, da verosimilhança. Acho que não se pode manter a solidão quietinha no seu lugar.
É tarde de mais, não me refugio entre os que me cercam, senão dariam-me palmadinhas nas costas, dir-me-iam: "Então o que é que tem este copo de cerveja? É com todos os outros. Biselado, com uma asa, tem gravado um escudozinho com uma pá, e por cima do escudo está escrito spatenbräu" Tudo isto eu sei, mas já não posso explicar o que vejo. A ninguém. É isso: Estou sózinha no meio destas vozes alegres e razoáveis.
É isso então o que me espera? É preciso reagir, dizem-me; a ideia vai roendo, mas com lentidão e paciência.
Reli com melâncolia algumas notas, estou contente por ter dado com as minhas notas. Há dez anos que não as relia. A minha letra mudou, tenho a impressão: antes escrevia mais miudinho. Como eu gostava, que feliz que me sentia! Ria ìntimamente a pensar na cara que certamente fizera.
Não são os documentos que faltam: cartas, fragmentos de memórias, relatórios secretos, arquivos da p... . Não se contradizem, isso não, mas também não concordam; dir-se-ia que não se referem à mesma pessoa? Serei mais escrupulosa ou menos inteligente? Formulado assim, de resto, o problema deixa-me indiferente de todo. Afinal de que é que ando à procura? Não faço ideia. Mas agora.... é ao livro que me prendo, sinto uma necessidade cada vez mais forte - à medida que vou envelhecendo dir-se -ia.
É sempre tarde ou cedo para aquilo que queremos fazer. Um momento do dia, bem particular. Hoje então é intolerável. Fica apenas um grande rasto sobre mim. Quando eclipsa a lua eu deveria deitar-me.

Vangelis - 1492 Conquest of Paradise

Entre mis Recuerdos - Luz Casal

Mediterrean Sun Dance - Paco de Lucía, John Mclaughlin and Al di Meola