27 de junho de 2008

Um Pouco de mim II

Um pouco de mim

Adoro:

As coisas simples da vida

Rebentar bolas de sabão na banheira com os dedos dos pés

Piri-piri, caril, açafrão, ervas aromáticas

Ouvir tocar jambé, viola, violoncelo, crescendos de violinos

Sol, chuva, granizo e nevoeiro

Rir às gargalhadas até me doer a barriga

Rebentar a minha barragem interior e chorar horas a fio

Abraçar e sentir a energia dos outros

Ler um bom livro e ficar a pairar na sua mensagem

Ouvir um bom CD e viajar no espaço e no tempo

Sentir pestanas na minha pele

O cheiro a canela

Ver um bom filme que me deixe sem conseguir falar

Aprender na simplicidade dos outros e reinventar-me todos os dias

Sair de um qualquer espectáculo cheia de energia e vontade de correr e pular rua fora

Viajar, e aprender a ser mais tolerante

Dançar sozinha em casa

Escrever e receber cartas (e-mails)...

Uma verdade nua e crua do que uma ilusão bem embrulhada

Os meus amigos, que estão presentes/ausentes e que muito me ensinam e partilham

Respeitar a liberdade dos outros e a minha liberdade

Receber amigos em casa e cozinhar as coisas mais malucas

Auto-estradas o sol e o vento na face e sentir que a viagem não termina

Conduzir até ao fim do mundo com um sorriso na face

Ser conduzida por quem conquista a minha confiança

E me faz rodopiar no espaço com a leveza de uma borboleta

Adoro deslocar de avião, conversar de passagem nos comboios,

Dormir no embalo dos barcos, cantar no carro

Tocar com a magia das fadas e o riso de África a vida,

Sentir que espalho magia em alguém

Andar a pé e ouvir as minhas musiquitas do mp3

Ver os meus amigos brilharem, crescerem, estarem felizes

Fazer anos e preparar com muito carinho esse ritual de passagem

Escrever contos eróticos e profundamente "lamechas" e amorosos

Descrever ou tentar pormenor do que me rodeia

Um bom vinho tinto...


Detesto:

Ser ansiosa e ser impaciente

Agressividade física ao meu lado ainda que por vezes lide com ela

Manipulação e falta de carácter

Tripas, rancho e gaspacho

Heavy Metal e Raves

Falta de bondade e excesso de egocentrismo

Os dias em que gosto menos de mim

Um livro, um filme, uma música sem qualidade

Vulgaridade e falta de bom senso e subtileza

Que me emparedem, me deixem sem espaço para respirar

Aterrar de avião, porque a viagem termina ali

Falar sobre a vida dos outros numa perspectiva pequenina e voyerista

Quando a preguiça me impede de escrever, ler e sair da minha conchinha

Vento e vendaval

Vodka, absinto e shots

Hoje apeteceu-me criar um inventário. Despir-me um pouco, e asim sou eu ...

26 de junho de 2008

Não sei o teu nome


Flores de papel


10 de junho de 2008

Tempo

E porque o tempo tem um tempo
e esse tempo em tudo ajuda
no encontrar do tempo certo.
Assim damos tempo ao tempo.

Até já

8 de junho de 2008

Chega-te a Mim e Deixa-te Estar

Não é verdade que as pessoas de família marquem presença constante nos retratos. Nem que gostem de nós ou nos conheçam.
E, por vezes, são os outros quem nos ensinam a aprender, deixando de perguntar porquê. parecem ter perdido, por entre um comboio de gestos, os pequenos nada que nos dão lume por dentro e nos iluminam. E são ainda elas que, um dia, como uma avalanche, há-de resvalar sobre o nosso coração.
Na verdade o mundo interior não divíde as pessoas entre as estranhas e a família. Mas entre os viajantes e os aventureiros, os arquitectos do nosso coração e os alquimistas.
Os viajantes e os aventureiros são pessoas que nos surpreendem de passagem. São como pirilampos que nos dão uma luz e, de seguida, nos desassombram com outra decepção.
Os arquitectos do nosso coração rasgam avenidas ou desvendam planaltos. E guiam-nos. trazem consigo as revoluções tranquilas que acrescentam outros lugares aos pontos cardeais.
Os alquimistas desconcertam mais. Abrem persianas na nossa alma, dão-lhes sol e transforman--nos para sempre. (Peço-vos que não me perguntem onde fica a alma, porque não sei. Mas, como sabem, dá jeito imaginar um "lugar ao sul" que defina o mais fundo de nós e que não tem definição). Como se não bastasse, os alquimistas percebem que aquilo que distingue as "boas prendas" "dos presentes" são os laços. E nunca nos perguntam se estamos tristes ou aflitos.
Antes nos dizem:
"Chega-te a mim... e deixa-te estar."