31 de agosto de 2008

The Ditty Bops- Wishful Thinking





Os sentimentos

Deviam guarda-los, ainda lhe podiam fazer falta, e a mim não me serviam de nada, devia ter-vos aconselhado a guardar os sentimentos, nunca sabemos quando precisamos dos sentimentos, da latinha de fermento que está há anos na despensa, da camisola de lã que não é vestida há mais de cinco Invernos, nunca se sabe quando precisamos de coisas mesmo se nunca as utilizamos, não fosse essa incerteza e punha um anúncio no jornal, vendem-se sentimentos, estado impecável, como novos, oportunidade única, motivo..., bom preço.

30 de agosto de 2008



Mais um rabisco do Jorge

* Chips sticks baby d'ont cry

Matar o tempo

Decorriam os anos de 1984/85, e assim passavamos eu e o meu grande amigo Jorge Vidal as aulas de Direito naquelas salas escuras do anfitiatro.
O Jorge desenhava e entregava-me tudo o que fazia, sabia que eu guardava religiosamente tudo como apaixonada que sempre fui de memórias. Ele adorava Rolling Stones, discutiamos futebol e resolviamos escrever nas mesas o nome de equipas de futebol inglesas. As aulas eram divertidas para nós, o pobre do professor, mestre e dr que fazia questão de dizer, muito falava, n imaginam o aborrecimento daquelas aulas.
Não sei porquê hoje veio-me à memória o Jorge, lembrei-me de vasculhar o meu baú e isto é um pouco do que guardo, que muito gozo me dá.
Para ti Jorge
com a esperança de não teres alunos assim

27 de agosto de 2008

Não consigo gastar todas as letras porque jamais conseguirei tocar o fim da linha que me une á escrita.

16 de agosto de 2008

Espelho





Descalcei-me na noite




para sentir o pulsar da terra






fechei os olhos devagar






e acordei






do outro lado do espelho.



Emília....

Há vezes em que me sinto esgorregar, afogar-me na espuma sádica da lembrança de uma quinta feira queimada pelos sucessivos cigarros, tremendo de frio, gemendo no calor.
Enfim... Sem mais nada para escrever tudo cá dentro.
Deixo-te rosas brancas....

11 de agosto de 2008

Quizá quiera ...

Quizá tenga un secreto que contarte,

quizá haya descubierto un tesoro al encontrarte,

quizá sea nuestro momento el mas maravilloso arte,

quizá abrace tu alma con solo mirarte,

quizá pase la vida sin volver a besarte,

quizá no me de cuenta de lo que no puedo darte,

quizá basta con aprender a esperarte,

quizá merezca que puedas escucharme,

quizá no me quieras escuchar mas,

quizá pensar en ti será algo importante,

quizá porque me siento mejor cuando, no hay silencio

quizá quiera querer y tan solo eso...

quizá la mas hermosa de las amistades,

quizá....










10 de agosto de 2008

3 de agosto de 2008

Sou uma espécie de carta de jogar, de naipe antigo e incógnito, restando única do baralho perdido.Não tenho sentido, não sei do meu valor, não tenho a que me compare para que me encontre, não tenho a que sirva para que me conheça. E assim, em imagens sucessivas em que me descrevo – não sem verdade, mas com mentiras – vou ficando mais nas imagens do que em mim, dizendo-me até não ser, escrevendo com a alma como tinta, útil para mais nada do que para se escrever com ela. Mas cessa a reacção, e de novo me resigno.Volto em mim ao que sou, ainda que seja nada. E alguma coisa de lágrimas sem choro arde nos meus olhos, alguma coisa de angústia que não houve me empola asperamente a garganta seca. Mas ai, nem sei o que chorara, se houvesse chorado, nem porque foi que o não chorei. A ficção acompanha-me, como a minha sombra. E o que quero é dormir.
- Bernardo Soares -

2 de agosto de 2008

Ama e faz o que quiseres!!

Em razão talvez de todos os desencontros com que nos brinda, desconfiamos (em segredo) que o amor seja um adereço, paleolítoco, que se desnorteou do desenvolvimento. Teimosamente não se apresenta sobre um formato normalizado. E, sem que se perceba porquê, chega-nos mal embalado, sem código de barras e pior, sem as datas de produção e validade ( o que, como compreendem, é uma ameaça intolerável para a saúde).
Para mais há pessoas que se lamentam e com razão!... que o amor lhes chega mal acondicionado.
Ou são premiados com a versão despojada do "amor e uma cabana" (que, presumo, lhes permitirá ver estrelas mas que, decerto, será responsável pelos resfriados e incriminantes rouquidões). Ou porque a versão rodeo as permiou com o banco de trás de um automóvel de baixa cilindrada ( que desconcerta pelo cheiro a gasóleo ou pela companhia de uma folha de jornal injuriando a arbitragem). Ou porque na versão cool, o amor (...nas dunas) não que saibamos por nós (é claro!) mas pelo que se ouve é acompanhado por uma areia incontornável que nos sugere que o Paraíso é áspero, afinal.
Ainda sugere, a alguns resistentes, cartas de amor quando "o que está a dar" são os mails e as sms.
E vive-se sem horas, lânguido e longamente. O que parece uma patetice, num tempo todo ele muito... fast-food. Salvo seja!...
Mas o amor, parece ser a encruzilhada de sentimentos e há realmente pessoas que nos viram do avesso, nos tiram as nuvens do olhar, e banham de sol o nosso coração.
Acerca delas falamos do amor, como se ele fosse um sentimento... Mas não é. É uma consensualidade de sentimentos. É por isso que a tranquilidade do amor nos reboliça e, com ela as estrelas se insinuam onde, antes, dominava a indiferença, (subjectivo também).
O amor não é bem um encontro de verdades. É melhor! É confiarmos a alguém e entregar pela mão dos olhos dele, o nosso olhar ao desconhecido, guiados pela esperança de vir até nós
"um infinito de nós dois".

1 de agosto de 2008

Num bailado ...................onde os passos são vazios, ...............desnudam-se


os pés ............ao


sussurro de vozes .....................que expõem relevos ............................de uma


beleza silenciosa
Há um espaço na minha memória onde me espero à chegada de tudo aquilo que ainda não fui...