27 de abril de 2010

17 de abril de 2010

Meu Jeito...

Não sou ninguém
Neste universo que me rodeia
Por vezes
Entretenho-me a inventar…
E invento
Por aí além…
Uns versos com rimas
Inspirados em lugares
Em momentos
Ou numa qualquer música a tocar
Ou ainda…
Naquele instante de magia
Registado na imagem do fotógrafo
Que me tocou o olhar
São instantes assim
Belos ou não
Que mexem comigo
E me enchem a alma
Transbordando em palavras
Que ordeno como sei
E como bem me apetece
Mesmo sem rimar…
São impulsos meus
Que não deixo passar!
Sei que voo alto
Quando me dedico a criar
Aquela pequena obra
Que tanto prazer me dá
Não me importando sequer
Se os outros irão gostar
Escrevo para mim… só para mim
E é este o meu jeito de mostrar
O meu humilde valor
Pondo em tudo o que escrevo
Um toque de mim
E faço-o com muito amor
Assim sou eu
Ainda se ao menos…
Soubesse escrever poesia!...

radiohead street spirit

12 de abril de 2010

11 de abril de 2010

Silêncio

"O espaço do espírito, lá onde ele pode abrir as suas asas, é o silêncio. O silêncio é o único sinal da qualidade." Saint-Exupéry

10 de abril de 2010

Coração!!!

"Aluga-se coração para relação séria"
Até poderia ser o título de um qualquer artigo da revista Maria.
Nada nos garante que no coração existam duas auriculas e dois ventriluocos. O que acontece, é que o coração tem tantas divisões quantas as pessoas ocupam um lugar dentro de nós. Por fora, até pode parecer, um fruto, tipo morango silvestre, ou uma qualquer almofadinha vermelha do dia dos namorados, com muitos escritos (à moda antiga), o tal aluga-se e que não está á janela. Já por dentro, muitas das suas assoalhadas, nem sempre têm as portas e janelas que levem á conversa ou a ligarem-se entre si. Assim sendo o coração  de alguns de nós se torne pródigo em erros de casting, e, traído pelas  palpitações fique "cego" parecendo...desvairado.
Se houvesse comunicação, se falassem entre as várias divisões, talvez o coração se tornasse mais arejado, soalheiro, e, sem fraquejar nos seus ímpetos para a paixão, a sua temperatura seria amena.
Alguns corações vão à memória, uma espécie de baú ou dispensa do pensamento sentido, sacudida a naftalina,  cumpre-se o mesmo ritual, os dias.
Há quem garanta que nestas coisas do coração o amor é "cego", mas que vê; isto parece uma grande confusão. O que vale é que com consultas grátis e armações, até com descontos e cada vez mais acessíveis, modelos "assim-assim", pelas mãos dos nossos vizinhos, das multinacionais espanholas....o amor deveria poder ir às Multiópticas.
Não se justifica hoje, que por dificuldade de visão, o amor "faça pela vida"...às apalpadelas. Torneie-se este lado de Mr. Magoo (que vive em nós)... com a visão na ponta dos dedos, e assim não fique fechado no coração as razões que a razão por teimosia não vê.
Falta um zip, uma argola que puxe, um "abre-te sésamo", uma  password de uma "grande pancada" confundida com paixão. Alguns  dos nossos corações são cegos, nascem sem "abertura-fácil". São fantásticos, generosos, palpitantes, mas para desalento atrapalham-se a partir do "não sei o quê" depois de conversar entre todas as diviões, irrita, trai, e disfarça com imaginação, numa "grande história".
Quando aguenta um "não sei o quê" não é cego, é uma brisa, uma overdose de fantasias.
Numa versão mais masculina, desculpem-me os homens, imagine que repara numa mulher bonita, que trabalha ou cruza-se consigo numa qualquer situação do quotidiano, uma verdadeira woman in red. Imagine que sempre que passa por ela por mais que queira ter "o Benfica todo nos seus pés", gagueja mal a vê, possuído pelo medo de um "amo-te, Teresa"! se acenda e se apague na sua testa....
Imagine..., mas é assim que tudo se passa no cinema do dia a dia...e, em êxtase, repete que não são precisos refrigirantes com tomates ou um relógio 007 para que Deus, mesmo que jogue dados no universo... não durma....
Enquanto o coração lhe confirma que há "razões que a razão desconhece"...um cidadão, ao seu lado no meio de uma estação de Metro, espreitando por uma nesga da pálpebra, as pessoas que invejam (quem sabe?) a sua posição menos convencional, de braços abertos, pronto para amar a vida.
Brincando, só queria dizer que o amor... vê. E que, platónico não é cego. Será...estrábico, míope, sofrerá de astigmatismo, ou de um "não sei o quê" de razões que a razão por teimosia não autoriza. Cega-nos as histórias de brisas do coração construidas no silêncio, nas suas assoalhadas, sem portas, mas com janelas a espreitar numa tarde de sol em que só lhe apetecia namorar com a vida.

3 de abril de 2010

2 de abril de 2010

Rabiscos 1982 - Asturias

Tirado da caixa dos rabiscos, onde cada bocadinho de papel ocupa o seu lugar.
Este dista 28 anos... há já muito ano!!

Para lá do eterno existe
o mundo da irrealidade...
lá, as ideias veêm-se à luz das estrelas,
as rãs ladram
os cães coaxam junto dos rios
que correm nas veias das pedras
que vestem de negro as ruas...
lá o mar leva o sol ao colo e as árvores
caminham como se fossem gaivotas, que
lá dão frutos para se sentarem quando a chuva ralha
com eles...
lá as cores tomam-se ao pequeno-almoço
e a música serve de transporte
aos mais ágeis de consciência.
Lá os sentimentos enchem todos os lugares
de quem não mora lá,
porque lá não mora ningém,
ou melhor
não mora mais ninguém, além da minha imaginação.