Quando os
sonhos já não te acordam a sorrir
Que luas te
anoitecem, que nuvens te escurecem,
Que ventos e
que chuvas ainda estão para vir?...
Muitos dias
passaram depois do adeus,
Em que vila
morena é que o povo ordena,
Quem ficou a
sonhar os sonhos que eram teus?
Não sentes
uma dor fechada, por ter ficado inacabada
A planta
onde surgia um lugar melhor?
Passaram-se
anos numa espera, de que valeu essa quimera,
Se a mesma
lenga-lenga se vai ouvir de cor?
E quando te
dás conta já tudo caiu,
Que luta
continua, que morte sai á rua,
E em que
primeiro dia o Maio amadurece Abril?
E se uns
impérios caem que outros vão surgir,
“Que trovas
vão avante?”, pergunto ao vento errante,
Se mudam os
tempos a vontade é de fugir...
Não sentes
uma dor fechada, por ter ficado inacabada
A planta onde
surgia um lugar melhor?
Passaram-se
anos numa espera, de que valeu essa quimera,
Se a mesma
lenga-lenga se vai ouvir de cor?