Docemente, alinho palavras
na entristecida canção de sal e água.
Por vezes, ao seu redor
esvoaçam picos, formas de pássaros
coloridos, alinhavos sob um fogo encantado.
Olho-os na voz do silêncio desfolhado.
Se por vezes sinto em acalmia a brasa
outras, estremeço pelo vazio
gritante que clama a inconsistência,
a lenta perdição da mente
pelo deserto de inconstância, desperto,
que da chama nada entende nem da verdade.
Quisera ser aroma em flor de letras e
gota a gota elaborar a palavra em falta,
quando cada verso de dor e treva
transforma em dúctil manto
essa voz de pranto e mágoa.
Às vezes, vibrante penso
silenciar o remoinho do espaço,
e sorrindo docemente, espalho
no fogo, o sal, a água
na eterna estrada em cascata.
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