7 de abril de 2007

PORQUÊ??

Ainda porque a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda que me entristece, que me mata trazendo tudo o que podia ter sido e não fui. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. (Cai a folha).Pergunto-me às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, a resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços na indiferença dos “bons dias”, quase que sussurrados. Sobra a covardia e falta de coragem até para sermos felizes. A paixão queima o amor enlouquece, e desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são.Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-iris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem, acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à duvida é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão, para o fracasso, chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta acertar num coração ou economizar a alma.Um romance que cujo o fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não quero deixar que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Quero desconfiar do destino e acreditar em mim. Gastar mais horas realizando que sonhando… fazendo que planeando…vivendo que esperando… porque, embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vivo já morreu...

1 comentário:

BARCO ALADO disse...

Muito belas palavras. Belas expressões. Gosto de como escreves. A tua alma transparece nestas palavras.
Devo concordar pois.
Devo acreditar que Carpe Diem é uma questão de atitude, não é uma revolução, não é um choque em alta velocidade, é somente atitude de carregar no botão virar o volante e deixar ir nessa estrada...
Carpe diem...