28 de abril de 2007

LIÇÃO DE VIDA - AMOR INCONDICIONAL

Agora mesmo, a situação é delicada - dura - explica o meu amigo. Alguém nos disse que operaram o meu filho outra vez á cabeça. Efectivamente foi assim. Teve uma hemorragia em dois ventrículos. Como os bébés não têm formado o que cobre o cérebro, ele teve uma hemorragia grande que se misturou com o líquido encefálico, fazendo com que houvesse um aumento do volume e por consequência comprimisse o cérebro. Houve necessidade de operar para lhe colocarem uma válvula, que faz as vezes da que ele não teve á nascença.
As lesões são graves, danos muito consideráveis. É algo que nos toca VIVER, nos mandou DEUS.
A minha mulher e eu somos fortes, decidimos como dizia a minha mãe, que todas as notícias más têm um lado positivo. Decidimos então ir buscá-lo, e encontámos muita coisa.
O que temos agora não é "um não se sabe". Temos um filho com problemas sérios do ponto de vista neurológico, que podem ser de qualquer tipo. O meu menino na melhor das hipoteses não andará, se vir, ou melhor verá talvez umas sombras, mas garanto que vai ser um menino feliz, porque foi uma prenda de DEUS. Uma das partes positivas de tudo isto é que o meu menino fez um esforço vital para estar connosco, e isso teremos que lhe devolver com crenças, e muito AMOR. Descobri de verdade a dimensão da minha mulher, não se pode ser melhor. Como tia, como mulher, como mãe... estou orgulhoso de que seja minha mulher.
Tomámos tudo isto como uma BENÇÃO de DEUS, porque o meu menino vai ser muito amado e vamos fazê-lo feliz o tempo que DEUS quiser que ele esteja connosco. Outra parte positiva é que descemos à terra, muitos somos privilegiados quando nos levantamos pela manhã e não somos conscientes da sorte que temos, e tudo isto nos faz baixar à terra e pensar que podes ter dramas e tragédias, mas como não estamos dispostos a passar por isso decidimos que não é um drama.
É uma MARAVILHA. Ficámos mais unidos do que estavamos. E vamos levar em frente e creio que o meu menino dará conta disso.

A ti amigo, obrigada por contares a tua história
Tens a minha palavra e o conhecimento do seu significada
Tens uma amiga, não é novidade....

A ti desconhecido quando Deus te abençoar, decide também que não foi um drama que te tocou.

O FUNDO DO CÉU

Agarro-te na luz

Apanho-te no escuro

Seguro-te no céu

No teu fundo mais fundo eu

Afago-te na chama

Toco-te na alma

Amarro-te nos olhos

No teu fundo mais fundo eu

Cintilas meu amor

Voo mais alto voo mais perto na tua vertigem

No teu fundo mais fundo eu

Não te escondas meu amor

É que a noite mata-me só

E não tarda a ser dia

No teu fundo mais fundo eu

Cintilas meu amor



FILARMÓNICA DO GIL João Gil

22 de abril de 2007

CAMPEONATO DO MUNDO DE MOTOCROSS 2007 - ÁGUEDA

Só mesmo para quem adora o pó, o barulho das máquinas, a confusão, o convívio....
Muita adrenalina!!
Mais de 20 anos sempre presente, Nacional, Europeu e Mundial.
Exigência e muito trabalho,
Para o ano cá estaremos







O nosso campeonissímo Paulo Gonçalves aqui com o nº 56,
com quem tive a honra de privar


Um privilégio!!!
Stephen Everts: 10 vezes consecutivas campeão do mundo, retirndo-se no términus da passada época, sendo agora uma espécie de "coach" da KTM Rancing Team.

21 de abril de 2007

AS PALAVRAS


As Palavras

As palavras passam através de mim, intactas, verdadeiras, naturais, puras. Nada lhes amplio ou suavizo, nada lhes acrescento ou retiro.
Sou como um leito encoberto, profundo e triste, por onde o rio das palavras, imenso, cintilante e alegre segue.
As palavras são para mim águas cristalinas e diáfanas. São a mais simples das fórmulas químicas, composta por pequenos átomos perceptíveis que são as letras.
Os sons resultam do percurso espontâneo deste mar da vida, dos ruídos animados dos salpicos e gotículas que embatem nas rochas que são os meus pensamentos.
Este mar interminável, de palavras que correm e escorrem através de mim, encontra a foz numa página vazia, num ecrã em branco, numa lousa negra, num discurso cheio…
E assim, o mar deste meu rio de palavras é todo o mundo que sou e todo o mundo que crio, em todo o mundo que vivo, todos os dias.

20 de abril de 2007

EU SEI

Se eu voar sem saber onde vou
se eu andar sem conhecer quem sou
se eu falar e a voz soar com a amanhã
eu sei...


se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
só Deus sabe o que virá
só Deus sabe o que será
não há outro que conhece tudo o que acontece em mim
se a tristeza é mais profunda que a dor
se este dia já não tem sabor
e no pensar que tudo isto já pensei
eu sei...


se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
na incerteza de saber
o que fazer, o que querer
mesmo sem nunca pensar
que um dia o vá expressar
não há outro que conhece tudo o que acontece em mim


Composição: Sara Tavares e Ana Fonseca

14 de abril de 2007

"RETRATO"

"Por favor falem-me dos momentos perfeitos".
Estou a falar das situações privilegiadas.
As que estavam representadas nas gravuras.
Eu é que lhes chamava privilegiadas;
Pensava que deviam ter uma importância muito especial
Para terem merecido que as tomassem para assunto de
Umas imagens tão raras.
Tinham-nas escolhido entre todas, percebes?, e havia
Entretanto, muitos episódios que tinham um valor plástico maior,
Outros que tinham mais interesse histórico, outros ainda um
Interesse sentimental.
Imaginei assim que esses acontecimentos eram de uma natureza particular.
Para mais as gravuras confirmavam a minha ideia: o desenho era
Tosco, os braços e as pernas não estavam nunca bem ligados ao tronco.
Mas havia neles uma notável grandeza. E não julgues que tivessem ficado
Esquecidos os pormenores engraçados ou anedóticos.
Mas todos esses pormenores tinham sido tratados com tanta grandeza
E tanta inépcia que estavam em harmonia perfeita com o resto da imagem:
Não me lembro ter encontrado quadros cuja unidade fosse tão rigorosa.
Pois bem, foi daqui que tudo saiu.
"As situações privilegiadas?"
Enfim... a ideia que eu fazia delas, eram situações que tinham uma qualidade
Muitíssimo rara e preciosa, que tinham estilo, se perferes.
Ser rei..., por exemplo, parecia-me uma situação privilegiada, uma espécie de grandeza.
Este conhecimento/retrato do passado; ontém? confunde-me...
Sinto na minha boca esse sorriso; estou pouco à vontade.
Preciso que existas e não mudes. Podia muito bem pensar em ti, como uma
Virtude abstracta, uma espécie de limite.
Podes agradecer-me, que cada vez me lembre mais do retrato.
Lá estão outra vez as expressões que quase me obrigam a suster e transpor
Vontades simples e triviaias e tomar como meu o retrato. Hoje não sinto vontade nenhuma.
Fora, talvez , a de ficar calada e olhar para ele, "o retrato", de realizar em silêncio
Toda a importância deste acontecimento, extraordinário da exposição.
A perfeição com que estava retratado, não houve dia que não pensasse.
Lembrava-me distintamente até do mais pequeno pormenor:
Levanta-te e vem apoiar as mãos nos meus ombros...
"Não fostes tu que tiveste a ideia?" Pois felicito-te.
Não era nada do arco-da-velha, mas sempre era preciso conhecer.
Passei pela Galeria, mas só este retrato me chamou...
Saio e ao chegar à cancela, volto-me;
O jardim sorriu para mim, encostei-me à grade e olhei para ele longamente
O sorriso das árvores queria dizer alguma coisa; era isso, o verdadeiro
Segredo da existência do retrato
Fui-me embora,
Voltei e pronto...
Pus-me a escrever....

SIMON AND GARFUNKEL "SOUND OF SILENCE" IN CENTRAL PARK

7 de abril de 2007

PORQUÊ??

Ainda porque a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda que me entristece, que me mata trazendo tudo o que podia ter sido e não fui. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. (Cai a folha).Pergunto-me às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, a resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços na indiferença dos “bons dias”, quase que sussurrados. Sobra a covardia e falta de coragem até para sermos felizes. A paixão queima o amor enlouquece, e desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas não são.Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-iris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem, acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à duvida é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão, para o fracasso, chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta acertar num coração ou economizar a alma.Um romance que cujo o fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não quero deixar que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Quero desconfiar do destino e acreditar em mim. Gastar mais horas realizando que sonhando… fazendo que planeando…vivendo que esperando… porque, embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vivo já morreu...

HEROIS DO MAR

Ilusões de cristal
estaladas e lembradas,
Divindade e como tal
Abrigando os corpos frios
Sumidos na solidão de pleno inverno.
Cores e sombras
Nas tempestades
Amantes que passam na imensidão
O desenho como arte criativa
Relativo e sexual
E por uma vez...

Herois do Mar

Numa eterna suspeita
O moliço dormindo só,
Reserva as tuas palavras
Para uma nova janela.
Sem poder tocarme
Teu corpo dócil perturba o ar
E as condutas unidas
(fenómenos molares e manifestações do meu corpo)
Concentram as vozes mudas
E imagino-te selvagem.
Um suspiro a resposta
O perdomínio dos sonhos
És um gesto emocional...
Julga-me
E difere com o vento á nossa volta.
A partida num vôo
Elevando as sombras
E o mar dos teus olhos,
Lágrimas de sol.
Heróicas sensações
Tão proximas.

1 de abril de 2007