O tempo não volta #2

A Dança

Metáfora de movimento

Interno mas também visível,

do pensamento e do corpo

Cada gesto, cada traço da dança

Apresenta-se à vista.

A corporalidade permite

Uma espécie de cartografia

Do pensamento e do desejo.

A fluidez torna belo o que podia ser canhestro.

Mesmo quando o é. Ou ainda que o seja.

Relevante é o que permite e promove,

Mais do que aquilo que produz.

Neruda - O Vinho do teu Corpo

Aqui há música


Bebo o vinho do teu corpo

Devagar como se a boca

Fosse uma flor onde o tempo

Desenha um mapa da vida

Corre o vinho do teu corpo

Nos lençóis da madrugada

E há carícias debruçadas

À janela do silêncio

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

E provo o vinho do teu corpo

Gota a gota e beijo a beijo

Como quem recolhe o sonho

De entre os dedos de um sorriso

Corre o vinho do teu corpo

Nos regatos do luar

Que hão-de vir desaguar

Mansamente nos meus braços

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Devagar e quase a medo

Na surpresa dos segredos

Copos cheios de prazer

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Gota a gota beijo a beijo



Neruda

Fade Into You

Esta maneira de ser e de estar na vida, tem efeitos que me fragilizam em muitas situações mas, fazem de mim uma pessoa atenta aos pormenores quase imperceptíveis que, depois, se metamorfoseiam em momentos, lugares, e pessoas inesquecíveis. Vale a pena. A alma cheia de olhos fechados, é das coisas que eu mais gosto de sentir. A força maior é aquela que mostra fragilidade. Lágrimas. Tudo.

O tempo não volta #1

Hit the road Jack!