13 de abril de 2009

Recital


Vi o palco acender-se, aplaudo o recital da vida de pé... chorei.
Olhei para trás uma vez apenas e a vertigem desapareceu, a memória é um relógio com cada ponteiro para seu lado.
Vives no preciso instante no ponto de viragem das ameaças des(ex)isitir, sofres de vida a mais.
Entre um lugar e o outro dia depois de nunca.
Estás tu, não estás só porque a vida perpétua este incessante remoer sem música de fundo e não é só a tua voz, a metamorfose não tem timbre nem tudo se desvanece ao longe depois de ontem, não choraste como se o mundo uma lágrima fosse.
No equilíbrio habita um preço duro e hediondo, a beleza é maga e são duendes os sonhos de ontem.
O livro de baladas não foi escrito ainda e todas as canções deviam ser de amor.
Cai a noite no pano fechado e do recital completo silêncio,

lugares vazios

fim

aqui estou.














2 comentários:

casa da poesia disse...

and the music is over!...e aí vão flores para os artistas!...

"the flowers are all right"...!?...the kids?!...

Anónimo disse...

"No equilíbrio habita um preço duro e hediondo, a beleza é maga e são duendes os sonhos de ontem."

Muito bom!

Voltarei sempre para abraçar o que escreves. O que sentes, nessa incognita, não vou adivinhar, vou imaginar, e sinto-me bem quando reages...

Tu ÉS diamante eu pedia OURO.