17 de agosto de 2009

Neruda - O Vinho do teu Corpo

Aqui há música


Bebo o vinho do teu corpo

Devagar como se a boca

Fosse uma flor onde o tempo

Desenha um mapa da vida

Corre o vinho do teu corpo

Nos lençóis da madrugada

E há carícias debruçadas

À janela do silêncio

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

E provo o vinho do teu corpo

Gota a gota e beijo a beijo

Como quem recolhe o sonho

De entre os dedos de um sorriso

Corre o vinho do teu corpo

Nos regatos do luar

Que hão-de vir desaguar

Mansamente nos meus braços

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Devagar e quase a medo

Na surpresa dos segredos

Copos cheios de prazer

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Bebo o vinho do teu corpo

Bebo até morrer de sede

Gota a gota beijo a beijo



Neruda

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