13 de outubro de 2012

Inventário Desordenado de Pequenos Prazeres


Estender a mão todas as manhãs. 
Andar em estradas de terra.
Acariciando a casca de uma árvore.
Escrever com caneta.
As primeiras páginas de um livro.
O cheiro de café que vem de repente e se torna desejo.
Olhar através de uma janela.
O silêncio da noite, quando todos dormem.
Um revolto prato de batatas.
A poltrona favorita, chama em todas as horas do dia. 
"Sente-se, sente-se", disse.
Os desenhos animados em família.
Redescobrir  filmes que  quase tinha esquecido e rir novamente com as mesmas cenas então.
As borboletas no estômago quando a minha equipa entra em campo.
A relva recém-cortada.
Acariciar um cão.
Falar de livros.
Sabendo que a memória é uma memória com partilhada.
Desfrutar dos desenhos aos quadradinhos quando criança. 
Trilhos de emoções que levam a um poema. 
Ter uma tarde livre para se perder, em  café,beijos  e uma tarte chocolate.
O nu feminino, sempre imprevisível e mágico.
A contemplação hipnótica do fogo.
Acordar no meio da noite e ainda três horas para levantar-se.
O travesseiro, que sempre entende.
Ouvir  novamente “Trilhos” e verificar que o tempo não se gastou.
As folhas das árvores.
A água quente no chuveiro nas costas. 
Água gelada e viva do rio nas  mãos.
Que não dói nada.
Abrir um velho livro em traços aleatórios e encontrar rastos perdidos de outras vidas.
Uma carícia no pescoço.
Regressar a casa.

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