25 de fevereiro de 2007

TEMPO: DIAS....

O domingo que findou deixou um gosto de cinza, e já o pensamento se vira para segunda-feira. Mas para mim, não há segunda-feira, nem domingo: há dias que se empurram uns aos outros em desordem, e depois, bruscamente ...
Nada mudou e, entretanto, tudo existe de outra maneira. Afinal é exactamente o contrário: talvez não preze nada no mundo como o momento vivido, mas ele vem quando quer; e abandona-me tão depressa! Fico tão seca quando se vai embora. Far-me-á estas curtas visitas irónicas para me mostrar que falhei na vida?"
Era o fim de domingo. Como pude escrever ontém. Não tenho necessidade de fazer frases. Escrevo para aclarar circunstâncias? Não. Desconfiar da literatura!! É preciso escrever ao correr da pena, sem procurar as palavras.
Tenho necessidade de me lavar com pensamentos abstratos, transparentes como água. Bruscamente sente-se que o tempo corre, que cada instante conduz a outro instante, e o que pertence á formula é transportado para o conteúdo. Em suma, esse famoso correr do tempo, fala-se muito dele, mas quase não se vê.
E assim é o tempo, com maneiras tão curiosas de recordar...
Será que andamos com as recordações no corpo, na pele, em cada sentido, em...?
Bendito seja o tempo que deixa que as cicatrizes passem a formar parte da geografia própria do corpo e da alma.

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