9 de agosto de 2007

A essência das mãos perdidas, procurando os teus lábios sedentos para provar a chuva

Tudo é desejo.
Tudo é ansiedade de ser.
Depois:
A procura.

Naufrágio de olhares perdido
E pétalas fundidas em lágrimas cor do tempo.
Uma sombra e uma flor.
O fogo.
O fogo do amanhecer emerge do mar.
Uma pérola esboça versos no céu.

Outra vez a morte por cenário
Tudo isto por um livro
Tudo isto por uma alma.
Tudo é o amor do tempo
Tudo é o passo do tempo
Tudo nas suas mãos é o vento.

A procura…
Isto é a procura
E as lágrimas que vêm por ele.

Não se procura.
Está-se numa procura constante, sim:
De perfumes
De aromas
De odores
De cores
De visões
De lugares
De divagações
De pulsações
De paixões
De ilusões
De calores
De canções
De emoções
De razões
De expressões
Das flores
Da essência
Do coração que se nutre e se rega de tudo
E se funde e se regenera
E outra vez sentir-me assim
No mar, na busca constante de…
Desarmar
Deslizar
Deslumbrar
Desfilar
Destronar
Destroçar
Desgarrar
Desterrar
Desfazer
Desacreditar das minhas palavras e dos versos
E dos verbos que conjugo no tempo,
Mares de letras e sonhos
Sedentos por ver à porta o sol.

O fantasma dos lábios.
O desejo dos lábios.
O sabor de uma boca no verão.
O licor de saber dizer que não.

1 comentário:

BARCO ALADO disse...

parece um bailado...
magnifico!