3 de maio de 2008

...Há Tanto Tempo

...Há tanto tempo que queria dizer. Mas as palavras teimavam em calar-se, engasgadas em mim, presas nos cadeados que nos apressamos a criar dentro de nós, fechando portas e janelas, protegendo-nos de sentimentos fortes, impedindo-nos de os revelarmos.
Agora são as minhas mãos que falam, que revelam, preto no branco. Ouves o que elas dizem? Falam de uma pequeníssima amizade que perdura. De um sentimento que salta todos os obstáculos para ganhar.
A minha ambição é poder fazer rir à gargalhada. Ouvir feliz. Essa é a imagem que guardo comigo. Os cabelos soltos, selvagens, cabeça para trás e um riso estridente, vitima de uma bebedeira de felicidade. Que riso despojado de preconceitos, que riso contagiante, cheio de brilho!
Reencontro a minha infância. Como se fosse um búzio do campo: traz consigo os sons dos prados por onde rebolava sem preocupações, sem pensar sequer que vivia feliz. Nunca se pensa na felicidade quando se é criança e nunca se deixa de pensar nela quando se é adulto. E não são as crianças mais naturalmente felizes?
Andei a monte. Perdi-me para me encontrar. E, como diz o nosso caro Bernardo Soares, «tudo é complexo para quem pensa» e, agora, eu só quero voltar a sentir.

E porque me esqueci dos ( -te)...

2 comentários:

Anónimo disse...

Podría pensar que la historia era la suya pero sé eso no. Más un cuadro que viene del libro del bosquejo, de lo que usted observa de la gente de sus historias, de los gestos, de lo que usted coge durante toda la observancia,
usted me impresiona,


besos
Jez

Anónimo disse...

maravilhoso mundo...
tsr