2 de agosto de 2008

Ama e faz o que quiseres!!

Em razão talvez de todos os desencontros com que nos brinda, desconfiamos (em segredo) que o amor seja um adereço, paleolítoco, que se desnorteou do desenvolvimento. Teimosamente não se apresenta sobre um formato normalizado. E, sem que se perceba porquê, chega-nos mal embalado, sem código de barras e pior, sem as datas de produção e validade ( o que, como compreendem, é uma ameaça intolerável para a saúde).
Para mais há pessoas que se lamentam e com razão!... que o amor lhes chega mal acondicionado.
Ou são premiados com a versão despojada do "amor e uma cabana" (que, presumo, lhes permitirá ver estrelas mas que, decerto, será responsável pelos resfriados e incriminantes rouquidões). Ou porque a versão rodeo as permiou com o banco de trás de um automóvel de baixa cilindrada ( que desconcerta pelo cheiro a gasóleo ou pela companhia de uma folha de jornal injuriando a arbitragem). Ou porque na versão cool, o amor (...nas dunas) não que saibamos por nós (é claro!) mas pelo que se ouve é acompanhado por uma areia incontornável que nos sugere que o Paraíso é áspero, afinal.
Ainda sugere, a alguns resistentes, cartas de amor quando "o que está a dar" são os mails e as sms.
E vive-se sem horas, lânguido e longamente. O que parece uma patetice, num tempo todo ele muito... fast-food. Salvo seja!...
Mas o amor, parece ser a encruzilhada de sentimentos e há realmente pessoas que nos viram do avesso, nos tiram as nuvens do olhar, e banham de sol o nosso coração.
Acerca delas falamos do amor, como se ele fosse um sentimento... Mas não é. É uma consensualidade de sentimentos. É por isso que a tranquilidade do amor nos reboliça e, com ela as estrelas se insinuam onde, antes, dominava a indiferença, (subjectivo também).
O amor não é bem um encontro de verdades. É melhor! É confiarmos a alguém e entregar pela mão dos olhos dele, o nosso olhar ao desconhecido, guiados pela esperança de vir até nós
"um infinito de nós dois".

1 comentário:

Anónimo disse...

Diverti-me imenso a ler este teu post. Magnifico!

Boa caracterização desse adereço fatal que os outros usam e fica-lhes melhor doque... e nós aos olhos dos outros somos como os que olhamos...

TSR