23 de outubro de 2008

Apenas

A certeza dos meus olhos é algo que não se repete ou explica.
Poderia perder palavras para poder ficar em silêncio, mas não quero deixar-me escorregar.
O que o coração faz um ritual, a cabeça faz desfolhar, o que o sentir faz um sonho, a realidade faz chorar.
Não perco apenas algo, perco o apenas, o talvez, o verdadeiro sentido da dúvida.
Nada me impede de olhar além, nada me sustém ao contar do tempo que fica agarrado às recordações.
As minhas direcções distanciam-se de tudo o que achei verdadeiro. Esta falsidade construída entre o vento e as amarras de um mar semi esquecido, não sente o que a amizade fez crescer.
A vida empurra a verdade para outra verdade, e nos braços da realidade, apenas uma lufada de imaginação torna saudável a pouca alegria de se olhar em frente.

1 comentário:

Unknown disse...

Belos textos, Amiga.

Noto alguma melancolia, pelo menos assim interpreto e sem qualquer conotação para além da simples observação.
São desabafos profundos os que nos revelas, e que me (nos) deixam a pensar sobre a vida; merecem o meu respeito e confessa admiração.
Um beijo pela tua expressividade.